quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Resenha: Principios Condicionais, Lutas e Formas.

             Recentemente lemos um artigo oriundo de uma dissertação de mestrado da autora Maria Simões Pimentel Gomes onde ela retratava uma nova concepção para os princípios comuns entre as diversas modalidades de lutas.
             A autora aborda que várias foram as tentativas de se classificar as lutas e aponta um modelo que foi proposto por C. Bayer em 1994 em seu livro “O Ensino dos desportos Coletivos.”.
             Este modelo consiste em definir 5 princípios condicionais que pudessem orientar o estudo e analise dos dados de sua pesquisa pois são denominadores comuns de todas as modalidades. São eles:


Contato Proposital: São as varias formas de contato através das mãos, dos punhos, braços, corpo inteiro, ou mediado por um implemento, continuo ou intermitente, e deve ocorrer para que haja luta e para que ela ocorra.

Fusão Ataque/Defesa: é a ocorrência de ataques e defesa de forma simultânea ou fundida.

Imprevisibilidade: por depender dos lutadores não há como ter previsibilidade das ações dos oponentes, com isto o pensar durante a luta é tão importante quanto o realizar a ação da luta.

Oponente(s)/Alvo(s): isto implica na definição do alvo e sua capacidade de atacar e defender. O alvo pode ser uma pessoa ou um implemento.

Regras: As lutas dependem de suas regras para que haja legitimidade. E devem ser respeitadas a todo custo.
        

           Com base nestes 5 princípios e algumas pesquisas realizadas com lutadores selecionados a autora definiu um critério para separação das lutas em categorias. Este critério foi a distancia que os lutadores se situam durante a luta. São elas:
  • Distância Curta: espaço praticamente nulo entre os lutadores fazendo a necessidade de contato direto para atender a finalidade da luta.
  • Distância Média: espaço moderado entre os lutadores, o contato serve como um finalizador.
  • Longa Distância: é definida pela presença de um implemento. O espaço é fundamental para a luta ocorrer e o contato também é um finalizador.
         Com isto foi possível a definição de Luta como uma “Prática corporal imprevisível, caracterizada por determinado estado de contato, que possibilita a duas ou mais pessoas se enfrentarem numa constante troca de ações ofensivas e/ou defensivas, regida por regras, com o objetivo mútuo sobre um alvo móvel personificado no oponente.”
         Além desta definição a autora constatou que as lutas possuem Formas que são uma “combinação de elementos e técnicas tradicionais, que expressam a essência dos movimentos das Lutas, arranjados numa sequência pré-estabelecida, podendo ser executada na presença de adversários reais ou imaginários.”.
         Com tudo isto a autora foi capaz de evoluir os conceitos de lutas e formas através de uma revisão literária e pesquisas de campo o que possibilita aos educadores das disciplinas de lutas transcenderem o ensino básico e superficial para uma teoria global onde é possível entender todas as lutas em apenas algumas categorias o que aperfeiçoaria o tempo das aulas pois os movimentos e gestos repetitivos podem ser transferíveis para outras modalidades dentro do mesmo grupo.

Referencia:
GOMES, M. S. Pimentel. Ensino das lutas: dos princípios condicionais aos grupos situacionais. Porto Alegre, 2010.

Resenha: Lutas, artes marciais e esportes de combate: possibilidades, experiências e abordagens no currículo da educação física.

A luta constitui-se como uma das mais antigas manifestações da cultura humana e em todos os países alguma forma de luta existe, sendo utilizadas de diversas formas como em torneios, códigos de conduta, preparação militar, esporte e também como forma de educação.
No inicio dos tempos medievais a luta era vital para o uso militar nas guerras, mas com a evolução das armas de fogo foi perdendo seu espaço nas decisões dos conflitos entre nações. Atualmente as lutas estão presentes no ambiente escolar, no não escolar (academias, clubes, etc.), e no esporte. Em todos os lugares precisam de pessoas qualificadas para o seu desenvolvimento. Fato este que para isso, dependa basicamente dos conhecimentos disponíveis para serem transmitidos aos futuros profissionais e da formação dos docentes dos institutos de ensino superior, que tem a responsabilidade de difundi-los aos discentes (TANI, 1996) tanto na licenciatura como no bacharelado, por tanto, precisa ser direcionada seja para ambiente escolar, ambiente não escola e esporte.

 A principal critica de autores com relação das lutas/artes marciais no ensino superior é que algumas instituições ofertam apenas uma modalidade para os alunos a fim de ensinar em período curto alguns de seus movimentos sendo que seria muito mais produtivo ensinar aos alunos como a luta pode auxiliar e intermediar nas buscas de seus planos e projetos dentro da educação física.
É importante para a criança e adolescente vivenciar a luta, tanto no seu aspecto de desenvolvimento quanto nos comportamento e valores. Certo que para isso os alunos de curso de educação física, devem aprender os conceitos e assimilar conteúdos que possibilitem a didática de ensinar a importância da luta, suas origens e culturas, não apenas a execução das técnicas.

Referencia:
DEL VECCHIO, F. B.; FRANCHINI, E. Lutas, Artes Marciais e Esportes de Combate: Possibilidades, Experiências e Abordagens no Currículo da Educação Física. In: SOUZA NETO, S.; HUNGER, D, 2006.

A título de curiosidade!

cultura?
exibição?
show?
és um espetáculo!!!

Conheça as "cholitas", bolivianas que praticam luta livre!!